Ainda tenho as mensagens dele guardadas e as fotografias espalhadas pelo computador, pelo e-mail e em caixinhas aqui e ali. Sempre que vejo uma delas recordo-me de um lugar, de um momento e até de uma conversa. Não as vou apagar, pelo menos por agora. Ou talvez nunca o faça. Sinto que se o fizer estarei a perder dois anos da minha vida, sinto que estarei a eliminar memórias e há algumas que mesmo que no futuro me provoquem alguma dor não irei querer esquecer nunca.
Tenho medo.
Tenho medo de um dia destes me vir a esquecer da sua voz ou até mesmo do tom dos seus olhos, olhos esses que aprendi a ler. Tenho medo de me esquecer do seu sorriso, de todos os pequenos detalhes, gostos e manias.
E por ter tantos medos agarro-me às fotografias e às memórias.
Nessas memórias fui feliz.
Vou-me agarrar. Pelo menos por agora.
Pelo menos por mais um pouco.
Eu ainda não estou pronta para largar, desligar e deixar ir.
Isto do desapego tem as suas dificuldades.
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