4 de setembro de 2010

Basicamente é isto :


Sempre me disseram que devemos ver o mundo como uma criança. Olhar para as coisas como se fosse a primeira vez e isso torna tudo muito mais genuíno. Mas por vezes, sem darmos conta, a vida tira-nos o tapete, e é com isso que aprendemos a crescer mais fortes. Apesar de tudo isso, continuo a ter medo de muitas coisas. Tenho muito medo de arriscar, mas sei que de uma maneira ou de outra as coisas se resolvem por si. Se não apontarmos ao céu não chegamos às estrelas, não é o que dizem? Tenho medo de fazer os outros sofrer, sinto que somos responsáveis por quem cativamos e isso é um ensinamento para mim pois tenho uma enorme responsabilidade em não desiludir os outros. Tenho medo de tudo o que desconheço .Sinto que tenho um muro enorme à minha volta que parece ser quase impossível de passar. Apesar desse muro ter uma porta, nem toda a gente tem a chave para a abrir. Mas é sempre bom confia-la a alguém, que essa pessoa passe o muro e que me consiga prender a ela. Adoro aquela sensação de dizer “não” àquilo que não gosto, de recusar aquilo que não quero. Não acredito em coincidências. Sou muito cabeça dura, mas há sempre pessoas que me conseguem fazer mudar de ideias e ver o que está mais correcto.Do que tenho saudades? Tenho saudades de praticamente tudo o que já passou. Tenho saudades de ser criança, tenho saudades de certas pessoas, tenho saudades do meu avô. Ainda não assumi a morte dele. Para mim ele continua vivo, ainda não o consegui soltar, ainda não o deixei ir. Ele ainda está comigo e vai demorar algum tempo até o conseguir deixar partir, mas essa também é a minha forma de me agarrar às coisas boas da vida. E se há coisa boa na minha vida, uma delas é o meu avô. Para mim a minha família são as minhas raízes, são tudo o que me prendem aqui. Gostava muito de morrer antes de todas as pessoas que me fazem feliz. Sim, eu sei que é uma ideia egoísta e parva, mas é assim que eu gostava que tudo acontecesse.
Um dia perguntaram-me o que me faltava fazer e eu nunca consegui dar uma resposta. Mas agora depois de tudo isto, sei que me falta crescer muito, falta-me fazer mais pessoas felizes, falta–me conhecer meio mundo, falta-me fazer tudo o que não fiz ou tenho vindo a adiar.



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